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sexta-feira, 8 de abril de 2016

ZIKA VÍRUS: Nutrição Cerebral poderia ajudar?

As últimas descobertas sobre como o Zika vírus impede o desenvolvimento encefálico apontam possível bloqueio exercido pelo vírus sobre as células-tronco capazes de se diferenciarem em neurônios durante a gestação.
Especialistas estão procurando entender como o vírus sofreu mutações que permitiram chegar a esse ponto, interferindo gravemente no desenvolvimento do cérebro fetal. É possível que seja um mecanismo de adaptação do vírus - afinal, o objetivo do parasita não é matar, e sim parasitar. A morte, muitas vezes, é uma consequência das  reações de defesa do organismo, como no caso da SEPSIS.
Em outras situações, como a do Zika, sequelas dão lugar à morte, permitindo que o infectado sobreviva, porém com o cérebro atrofiado. Quais serão as consequências da microcefalia, precisamos aguardar algum tempo no desenvolvimento desses bebês para as respostas.
A pergunta que não quer calar é "O QUE PODEMOS FAZER ENQUANTO A CRIANÇA SE DESENVOLVE?". Certamente, todos nós envolvidos com a saúde, não queremos só observar.
Algo que me ocorreu após as constatações científicas sobre a infecção pelo Zika vírus e a microcefalia foi relembrar os conceitos de nutrição cerebral estabelecidos por vários autores, no Brasil destacamos Helion Póvoa Filho (in memoriam), Juarez Callegaro e Luis Fernando de Mello Campos, todos pioneiros nos estudos sobre o metabolismo nutricional do cérebro.
O desenvolvimento celular sempre exige energia, no caso do cérebro somente glicose. Para que o ciclo de energia se complete muitos micronutrientes, vitaminas e minerais, são indispensáveis. Vejamos alguns nutrientes essenciais neste aspecto:
  • Magnésio: essencial em todo o percurso da glicólise, que apresenta o piruvato para transformação em acetil CoA e assim acessar o ciclo de Krebs (ácido cítrico), brilhantemente estudado por um brasileiro, o Professor Paulo da Silva Lacaz.
  • Cromo: micronutriente que sensibiliza os receptores para captação da glicose.
  • Vitamina B1 + Ácido Lipóico: fator para a conversão de piruvato em acetil CoA (junto com B2 e B3)
  • Biotina: vitamina responsável pelo comando para a gluconeogênese, um processo onde o cérebro pode receber aporte extra de glicose nos momentos de alto consumo ou pouca oferta de glicose.
  • Complexo Q: coenzima Q10 + Ubiquinol + PQQ + Idebenona (estabilizam a mitocôndria)
Porém, um nutriente da maior importância para o cérebro, constituindo-se em matéria prima para a incorporação na membrana celular, na regeneração de axônios, dendritos, enfim, da árvore neuronal, é o ÁCIDO DOCOSAHEXANÓICO, conhecido pela sigla DHA.
Este ácido graxo da família ômega 3 é exponencialmente mais concentrado no cérebro humano em relação a todos os animais estudados, incluindo primatas. Além de ser necessário à transformação de células tronco nos neurônios, o DHA é requerido em abundância para a síntese de mielina, formando esfingosídeos e para a síntese dos fosfolipídios de membrana e dos filamentos (axônios e dendritos).
O requerimento de DHA no cérebro humano é maior ainda durante a fase embrionária e nos primeiros anos após o nascimento!
Seu aporte cerebral é tão grande que está sendo provado que sua concentração no cérebro não depende somente da obtenção exógena: enzimas do grupo Delta-Dessaturases poderiam fazer a transformação de outros ácidos graxos (linolênico, linolêico) em DHA, suprindo assim as suas altas necessidades.
Recentemente, laboratórios internacionais desenvolveram matéria prima contendo alto teor de DHA a partir da extração das algas da família ULKENIA, cultivadas laboratorialmente isento de metais pesados e com odor plenamente tolerável! Neste extrato são detectados até 40% de DHA e com a vantagem de ser um pó inodoro, de fácil adição a bebidas e alimentos,  formulado em envelopes individuais. Também é possível formular como cápsulas para ingestão direta. Doses suplementares de 400 a 1200mg 2x ao dia são apropriadas, de acordo com a idade e nas situações peculiares, como gravidez, onde as necessidades são maiores.
Seria muito importante que os pesquisadores de campo pudessem iniciar estudos sobre a suplementação dos bebês com microcefalia utilizando todo o arsenal reconhecido como importante para o cérebro.
  • Magnésio
  • Cromo
  • Zinco
  • Cobamamida
  • Complexo B
  • Biotina
  • Ulkenia / DHA / EPA
  • Acetil L-Carnitina
  • L-Carnosina
  • Fosfatidil Serina
  • Fosfatidil Colina
  • Fisetina
Qualquer ajuda para essas crianças pode fazer a diferença no futuro dos pequeninos!


Saudações.