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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

SARCOPENIA DO IDOSO

PARTE 1:
A perda de massa muscular a partir de 60 anos pode ocorrer de maneira mais ou menos intensa, caracterizando, por vezes, a condição de SARCOPENIA. É uma situação preocupante porque o músculo é o tecido responsável por nossa liberdade, sua diminuição poderá acarretar em queda de nossa capacidade geral de locomoção, atividade física e felicidade.
É fácil observar no idoso tristeza e até depressão ao constatar paulatinamente o desenvolver de sua sarcopenia e suas consequências. Portanto, trabalhar na prevenção desse estado é primordial para um envelhecimento com qualidade.
A incapacitação funcional se revela mais nos idosos devido à perda de massa muscular, que acomete, inclusive, indivíduos considerados saudáveis.

Principais Causas:
  • Distúrbios Neurológicos
  • Distúrbios Metabólicos
  • Pausas hormonais
  • Inflamação
  • Desequilíbrio na ingestão de proteínas
  • Má digestão de proteínas e queda na absorção de aminoácidos e dipeptídeos
Distúrbios Neurológicos: precisam ser imediatamente diagnosticados (discinesia, escleroses, neurites e polineurites, mialgias) pois contribuem imensamente para a sarcopenia, já que diminuem o estímulo neuromuscular e podem causar atrofias. Infelizmente os distúrbios neurológicos se mostram com incidência crescente nas últimas décadas, não obstante os avanços nos tratamentos neurológicos. Por serem progressivos e degenerativos, envolvendo muitas vezes processos autoimunes, o tratamento é muito difícil. No cerne dos processos degenerativos, como defendia Póvoa, o estresse oxidativo não compensado costuma ser uma das causas. O modelo antioxidante celular composto por SOD - CAT - GPx - Trx - Thrx é bastante aperfeiçoado, porém não infalível, especialmente quando submetido a exaustão contínua.
Um dos processos mais considerados nas doenças degenerativas, a desmielinização, pode ser, sem dúvida, exacerbado pelo excesso de radicais do oxigênio (O2-, OH•). Embora de difícil demonstração in vivo, as evidências das pesquisas laboratoriais não deixam dúvida quanto a esta hipótese.
Neste âmbito, coerente com a maior incidência e identificação dos distúrbios neurológicos, presenciamos o brutal aumento na liberação ambiental de xenobióticos das mais diversas categorias: químicos insolúveis, químicos solúveis, elementos (metais) tóxicos e radiação. Alguns produtos químicos usados como agrotóxicos, como glifosate e heptaclor, são agentes desmielinizantes. É impossível contabilizar toda a gama de produtos químicos neuro-agressores liberados pelas indústrias no ambiente, não acho que alguém seja capaz de fazer isso com precisão, mas será necessário aprofundar esse estudo por parte dos toxicologistas, pois no futuro breve decisões terão que ser tomadas em preservação da saúde.
O QUE FAZER: moderação no consumo de alimentos processados e bebidas inúteis, como os refrigerantes - não precisamos disto. Mas precisamos de um aporte de antioxidantes naturais bem maior do que a maioria está obtendo: no compartimento hidrossolúvel, a vitamina C é de fato um componente alimentar da maior importância. Muito distante dos 60 mg determinados pelas tabelas nutricionais - mínimo necessário para não se manifestar o escorbuto - a ingestão de valores maiores dessa vitamina é, possivelmente, a intervenção mais importante que podemos fazer para minimizar os efeitos deletérios desse grande elenco de produtos agressivos presentes nos alimentos, água (os sistemas de água no Brasil visam apenas o tratamento microbiológico) e ar. A vitamina C é um antioxidante maravilhoso e acessível a todos os compartimentos hidratados, sangue, citoplasma, líquor. A capacidade da vitamina C de neutralizar o radical OH• é um dos aspectos mais significativos pois esse radical é, sem dúvida, o mais agressivo liberado a partir do peróxido de hidrogênio celular. Ela também é necessária para a manutenção da bainha de mielina, tamponando o efeito pró-oxidante, mas necessário, do íon cobre (Cu+) na síntese de esfingolipídios usados na estrutura complexa da mielina. O cobre é catalizador na síntese de várias glicoproteínas que irão compor estas estruturas dos esfingosídeos da mielina. A ingestão de vitamina C suplementar, além daquela obtida com alimentação, torna-se uma boa arma no fortalecimento das defesas celulares antioxidantes e imunológicas. Não esqueçamos que o consumo da vitamina C juntamente com os bioflavonóides (hesperidina, quercetina, buteína, fisetina) é muito mais conveniente, pois formam um complexo onde o ácido ascórbico pode exercer a plenitude de seus efeitos antioxidantes. O extrato de ROSE HIPS é um dos mais completos para o uso junto com a vitamina C.
Outro fator nutricional a ser considerado são os ácidos graxos essenciais da família ômega 3, especialmente o ácido docosa hexanóico (DHA). Este é encontrado em teores muito elevados no cérebro humano, mais do que outro qualquer animal mais próximo do reino primata, e também nas fibras nervosas. Isto significa que, no incessante processo de regeneração ao qual nós devemos nossa homeostase, no campo neurológico, o DHA é uma das mais nobres matérias primas. A suplementação com esse ácido graxo é importante, pois sua obtenção na dieta nem sempre é considerada satisfatória, ainda mais quando o consumo de pescado em nosso país é totalmente desproporcional à extensão de nosso litoral, dados fornecidos pelos órgãos governamentais da pesca.
No universo dos antioxidantes lipofílicos, o COMPLEXO "E" é o mais importante, por sua potência antioxidante e pela sua capacidade de despoluir a membrana celular, cuja característica é plenamente lipofílica. Proteger e corrigir a membrana é a base de um processo de homeostase, já que essa estrutura é responsável pela proteção/nutrição/excreção da célula. Sua condição hígida permite a seleção de quais nutrientes, hormônios e minerais podem entrar nela, quanto e quando! Sem isso, o metabolismo pode enfrentar crises extensas, algumas que deixam sequelas irreversíveis ao sistema. Porém, a correção de um grande erro do passado urge! O uso de alfa-tocoferol como se fosse o suplemento bastante de vitamina E. Isso não é verdade, a verdadeira VITAMINA E constitui-se de um grupo de produtos, um COMPLEXO "E", onde figuram 4 isômeros de tocoferóis + 4 isômeros de TOCOTRIENÓIS.
É indispensável mudar o conceito de suplementação com alfa-Tocoferol para a verdadeira vitamina E, contendo todos os componentes naturalmente encontrados, os tocoferóis e os tocotrienóis. Muitos estudos publicados mostram a importância dessa fração esquecida, os tocotrienóis, considerado um grupo com marcante ação NEUROPROTETORA. Extratos naturais como o AÇAÍ, CEVADA VERDE e LEVEDURA DE ARROZ (red yeast rice) são importantes fontes de COMPLEXO "E". No âmbito dos suplementos, um produto concentrado da levedura de arroz, o TOCOTRIMAX, oferece bons teores de todos os tocotrienóis e tocoferóis.
BIOFLAVONÓIDES: neste campo encontramos os mais proeminentes neuroprotetores como fisetina (vide as pesquisas de Dra. Pamela Maher), além de kaempferol e curcuminóides. Este é um time de primeiríssima qualidade para reforçarmos a proteção da mielina e células nervosas: fisetina (caquis, frutas vermelhas, louro), kaempferol (alcaparras, cebolinha), curcuminóides (Curcuma longa). Todos esses flavonóides já estão disponíveis como suplementos alimentares a suas pesquisas são realmente entusiasmadoras.
Algumas pesquisas para vocês degustarem:

Fisetina nas doenças crônicas
Fisetina protege DNA
Kaempferol Atenua Lesão Miocárdio
Kaempferol Inibe Inflamação por LPS
Curcumin regenera nervo ciático

Vejam a parte 2 na semana que vem!