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terça-feira, 27 de março de 2018

COCKTAIL ANTI-ALZHEIMER: é importante prevenir.

Recentemente pesquisadores japoneses, motivados por solicitação do governo, se debruçaram no estudo sobre possíveis medicamentos que pudessem prevenir ou retardar o aparecimento de sintomas característicos do mal de Alzheimer, especialmente a degeneração da memória.
Neste estudo, para surpresa geral, não para os ex-alunos do Mestre Helion Póvoa, a estrutura química padrão escolhida a ser investigada em mais de 6.000 fármacos foi o DMSO (dimetil sulfóxido):

Dotado de elevado poder antioxidante, o dimetil sulfóxido é um agente anti-Radicais Livres e exibe marcante ação antinflamatória. Prof. Helion recomendava seu uso em gotas sublinguais, porém sempre houve certa rejeição ao aroma do produto. Para uso local, os cremes com dimetil sulfóxido são mais bem tolerados e muito úteis nos processos inflamatórios articulares, conferindo certo alívio à inflamação - trata-se de produto com boa penetração dérmica. Até hoje muitos colegas prescrevem cremes antinflamatórios com dimetil sulfóxido 20 a 30%.

Pois bem, voltemos à pesquisa dos japoneses: após introduzir a estrutura do DMSO em programas especializados de computador, as buscas levaram a 6.000 moléculas de fármacos contendo esse grupamento químico ou semelhante.

Aplicando diversos filtros, incluindo segurança de dosagem, tolerância e biodisponibilidade os cientistas ficaram com 20 produtos, finalizando sua escolha com 3 fármacos:
  • TOPIRAMATO
  • BROMOCRIPTINA
  • CROMOGLICATO
O Topiramato é um fármaco que foi desenvolvido para uso como anticonvulsivo, tendo demonstrando ao longo dos anos uma ação favorável em adicções e também compulsão alimentar.

A Bromocriptina é um derivado semi-sintético do Ergot, com potente ação agonista dopaminérgico, usado para tratar hiperprolactinemia e condições associadas, como amenorréia - também foi utilizada para tratamento de hipogonadismo e acromegalia.

O Cromogligato é um potente antinflamatório, com marcante ação estabilizadora da membrana dos mastócitos, células liberadoras de histamina.



Essa combinação, segundo os autores, demonstrou evidente capacidade de inibir a precipitação amilóide e da proteína tau, os fenômenos fisiopatológicos mais significativos no mal de Alzheimer. Esta precipitação danifica os tecidos do cérebro, matando os neurônios em grande proporção e depositando maciças quantidades de emaranhados neurofibrilares. Tudo isso leva às várias disfunções observadas na doença, mormente a perda de memória recente com evolução para desconexão com os sentidos de personalidade e memória antiga, tornado o paciente completamente incapaz.

Veja no gráfico abaixo como as substâncias do cocktail reagiram aos testes de inibição da precipitação amilóide:


Não se pode esquecer que o fenômeno de amiloidose é fruto da deturpação das proteínas cerebrais e dos filamentos neuronais através da glicação, estimulada pela ação dos radicais livres sobre os açúcares no cérebro.

Vejam o resumo das ações nefastas da glicação no organismo:


Dietas ricas em açúcar, especialmente o xarope de frutose presente nos refrigerantes, produtos embutidos como salames e defumado e alimentos grelhados ou tostados, podem favorecer o aumento de glicação no organismo.

Para a prevenção da glicação a suplementação com antioxidantes (Complexo C, Complexo E, carotenos, flavonoides, ácido lipóico) e também o uso de agentes antiglicantes, como a L-Carnosina, o Glycoxil e ainda o Piridoxal 5-Fosfato (a forma ativa da vit B6), se faz necessária.

Outra coisa: a qualidade do sono é muito importante para a drenagem adequada do lixo cerebral, conforme demonstrado pela Dra. Maiken Nedergaard na sua brilhante recente descoberta sobre a rede glinfática e a eliminação das toxinas residuais do metabolismo do cérebro.

Para mais informações: 

É importante acompanharmos o avanço dessas pesquisas porque já temos certeza de que, no caso do mal de Alzheimer, a prevenção é o aspecto mais importante, dado a irreversibilidade de estágios mais avançados da doença.