Os dados divulgados nesta semana pelo Ministério da Saúde indicam que cerca de 54 mil brasileiros morreram em 2010 por consequência direta do diabetes. Outras 68,5 mil pessoas falecerem de outras doenças, entretanto, tendo o diabetes como comorbidade, ou seja, um fator agravante de outras doenças como câncer e doenças cardiovasculares. Os números totais dão aproximadamente uma mortalidade de 123 mil pessoas diabéticas, muito mais que acidentes com veículos automotores (42 mil) e portadores de HIV (12 mil).
Ainda segundo o MS, 470 mil diabéticos morreram entre 2000 e 2010!
Conclusão: é urgente que se implemente campanhas mais significativas para controle dessa silenciosa doença. E o controle, no diabetes, É TUDO! O paciente pode ter uma vida com qualidade mediante o acompanhamento médico. Principalmente porque, as conseqüências fisiopatológicas do diabetes são múltiplas, abrangendo os sistema vascular e neurológico, o que torna sua incidência muito perigosa.
É preciso lembrar, como sempre disse o Prof. Helion Póvoa Filho, que no diabético o acúmulo de glicose extra-celular é uma fonte rica para a formação de radicais livres e subprodutos tóxicos da glicose, como os "Amadori Products" (tetroses, cetonas e aldeídos) que alteram as proteínas através do nefasto processo cientificamente conhecido como glicação das proteínas.
Felizmente a medicina e a ciência acordaram para esse capítulo importante na patologia do diabetes há alguns anos, introduzindo no grupo de exames laboratoriais o parâmetro da hemoglobina glicada ou glicosilada (HbA1C). Esse fator pode indicar o nível de comprometimento interno pelo aumento do açúcar nos indivíduos diabéticos - quanto maior o índice de hemoglobina glicada maior o risco do paciente desenvolver complicações vasculares e alterações neurológicas. Valores acima de 7% indicam riscos iminentes do doente desenvolver complicações mais graves, principalmente se não forem controlados e perdurarem por longos períodos.
Por isso é que se diz que, para o diabético, o momento mais importante é o DIAGNÓSTICO. Uma vez constatado e quanto mais cedo, tudo pode se encaminhar bem com o controle.
Os fatores de complicação do diabetes II (aquele que surge após 50 ou 60 anos) são tão importantes que várias pesquisas médicas têm se ocupado de procurar atenuá-los, especialmente a necrose microvascular e vascular e as neuropatias, tão incômodas com a dormência, dores e perda de acuidade motora. Diabéticos são, também, mais susceptíveis de desenvolver cataratas precocemente.
Um aspecto muito importante no diabético é o controle do chamado "estresse oxidativo", através do aumento na ingestão de antioxidantes. Por isso a dieta do diabético, além da óbvia redução de açúcar e carboidratos, deve incluir porções generosas de verduras, legumes e frutas. Estas últimas já foram temas de preocupação acerca da propriedade de seu consumo em diabéticos, mas o açúcar predominante nelas - a frutose - é bem menos prejudicial ao metabolismo do diabético, embora abusos também não sejam recomendados. De qualquer forma, é bom lembrar que nas frutas (além de legumes e verduras) estão importantíssimos oxidantes:
- Ácido Áscórbico + Hesperidina + Quercetina = COMPLEXO "C"
- Betacaroteno + Luteína + Licopeno + ZeaXantina = CAROTENÓIDES
- Ácido Lipóico + Capsaicina + Piperina = ANTIOXIDANTES BISSOLÚVEIS
- Tocoferóis + Tocotrienóis = COMPLEXO "E"
- Tiamina + Biotina = Complexo B
- Zinco + Vanádio + Cromo = MINERAIS INSULINÉRGICOS
Esses nutrientes, quando ajustados adequadamente ao diabético, lhe proporcionam uma compensação excelente. O ácido lipóico, por exemplo, já é aceito internacionalmente como uma das mais importantes armas contra a neuropatia diabética, após as pesquisas pioneiras de Dan Ziegler. Hoje, mais de 20 anos após as pesquisas iniciais deste cientista alemão, vários outros grupos confirmaram a eficiência do ácido alfa-lipóico para evitar as complicações do diabético, especialmente a neuropatia.
Outras pesquisas mostram como é importante, também, melhorar o desempenho das transketolases, enzimas que ajudam na transformação dos resíduos do açúcar (trioses, tetroses) em succinato, substrato que pode acessar o ciclo de Krebs (um ciclo celular que acumula elétrons para gerar energia na CRM), diminuindo o risco das complicações do diabetes. Neste contexto, uma forma especialmente desenvolvida da VITAMINA B1 - a BENFOTIAMINA - demonstrou ser muito mais eficiente do que a forma original, pela via oral.
Assim, poderíamos dizer que o complexo B-1 (Tiamina + Benfotiamina + Ácido Lipóico) é um dos mais importantes de ser administrado ao diabético.
Médicos e Nutricionistas, se desejarem mais informações a respeito, inclusive os níveis posológicos e artigos de referência, podem contatar os e-mails:
- cmafilho@terra.com.br;
- cmendes99@gmail.com.
Demais leitores, inclusive portadores do diabetes, se quiserem saber mais a respeito também podem contatar também.
Abraços a todos, em especial ex-alunos!
Meu caro Célio. Um texto preciso e esclarecedor. Por isso, tomei a liberdade de reproduzí-lo (com créditos legais)em nosso www.portalaquibrasil.com.
ResponderExcluirNas submanchetes, onde se lê SAÚDE está postado seu texto.
Gostaria de ter uma resposta.
Grato,
Mhario Lincoln
diretor-geral.
Endereço do Portal Aqui Brasil:
ResponderExcluirwww.portalaquibrasil.com.br
Às ordens, Célio.
Meu e-mail de contato: mhario@globo.com