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terça-feira, 19 de abril de 2011

cheque MATE

Após tanta projeção para os estudos científicos com a Camellia sinensis na forma não torrada ("Chá Verde"), de fato um poderoso antioxidante e antinflamatório, finalmente os olhos da ciência se voltam para a contra-partida de nossa muy querida America del Sur: a Ilex paraguariensis, o MATE.
A quantidade de estudos na área médica que foram publicados nos últimos 11 anos (cerca de 130) estimula o aprofundamento neste fitoterápico. Algumas dessas pesquisas que vamos destacar mostram aspectos muito interessantes, como aquela de 1999 realizada na Suíça e que fez uma triagem em diversas plantas que poderiam ter efeito termogênico (ativar a eliminação de gorduras) - neste estudo apenas o mate foi considerado como eficiente (1).
Dez anos depois, a pesquisa de cientistas brasileiros da Universidade Federal de Santa Catarina  (2),  registrou os efeitos benéficos do consumo do mate sobre as dislipidemias (desregulação dos lipídios sanguíneos, entre eles colesterol, triglicerídeos, LDL). Trabalhando com modelo clínico, ou seja, utilizando voluntários humanos com quadros dislipêmicos, os pesquisadores relataram: "Foi concluído que o consumo de infusão com erva mate melhorou os parâmetros lipídicos em voluntários normolipídicos e dislipídicos e promoveu redução adicional do LDL-C  nos voluntários que estavam em uso de estatinas, o que pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares".
Outros estudos anteriores já sinalizavam que a erva mate possuia efeitos salutares sobre o organismo, em especial no que tange às doenças cardiovasculares. Em 2006, da mesma Universidade de Santa Catarina,  Mosimann, Wilhelm Fº e da Silva já haviam publicado um artigo que mostrava ser a Ilex paraguariensis capaz de impedir a progressão de doença aterosclerótica em coelhos (3) .
Mudando o foco, pesquisadores da Universidade São Francisco, Bragança Paulista (4) , avaliaram o potencial da erva mate na resistência à insulina, trabalhando com modelo animal (camundongos). Importantes registros foram feitos nesta pesquisa:
  1. A erva mate apresenta marcante ação antinflamatória (sobre NFkB, TNF-alfa e IL-6, todos marcadores inflamatórios).
  2. Os efeitos sobre esses marcadores inflamatórios se deram em nível dos genes reguladores.
  3. A erva mate restaurou a sensibilidade à insulina, mesmo em animais alimentados com dieta rica em gordura.
Outros estudos corroboram o poder antinflamatório da erva mate: (5)(6)(7) . Em sua composição, não só os antioxidantes polifenólicos exercem esta função, mas também as saponinas encontradas.

A quem possa interessar, um resumo de quase tudo o que já foi estudado com o mate foi publicado num artigo (8) que se intitula "Recent Advances on Ilex paraguariensis research: Minireview", por cientistas uruguaios - vale a pena conferir.

A erva não torrada apresenta, na infusão, maior integridade nos componentes antioxidantes. Uma ressalva, apenas, para o risco de se consumir a bebida (chimarrão) muito quente, pois já foi descrito que as altas temperaturas do líquido podem causar danos ao epitélio digestivo superior, inclusive câncer de esôfago.

Um extrato seco concentrado da Ilex paraguariensis para uso em cápsulas foi apresentado no Brasil sob o nome de "Pholia Negra", tendo seu método de preparo padronizado, segundo o fabricante. 

Formulação contendo 112mg de Ilex paraguariensis, associada a 95mg de Paullinia cupana (Guaraná) e 36mg de Turnera diffusa (Damiana) foi considerada efetiva para redução de peso através da diminuição de ingestão alimentar. O mecanismo apontado foi o retardamento do esvaziamento do conteúdo gástrico pós prandial. Confiram no artigo publicado  (9).

Saudações aos amigos e ex-alunos!

Um comentário:

  1. Acabei de ter contato com seu blog, e preciso dizer que fiquei encantada com a quantidade e qualidade de informações.

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