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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Azul no Fim do Túnel.

As pesquisas com o CLORETO DE METILTIONÍNIO (azul de metileno) surpreendem a cada momento. Após teste com humanos em 2016 que mostrou a capacidade dessa substância em aumentar a conectividade neural e inter-hemisférica no cérebro (Rodriguez, Zhou & cols), a substância passou a ser relatada em vários outros estudos como opção no tratamento da perda ou diminuição de memória, incluindo casos mais graves como Alzheimer. 
No estudo de Rodriguez & cols o registro através de imagens obtidas em ressonância magnética (MR) mostraram evidências dos efeitos do metiltionínio:


Vários estudos comprovam, sequencialmente, o poder do cloreto de metiltionínio em melhorar a memória e fadiga mental, além de atuar como antidepressivo e na melhoria do sono. Abaixo ofereço os links dos principais artigos publicados sobre o assunto, mostrando a relevância do cloreto de metiltionínio (azul de metileno = MB) nos casos de perda ou diminuição da memória (clique para acessar):

Num outro estudo, Rodriguez e cols mostraram a marcante ação proativa de MB em humanos:


IMPORTANTE ENTENDER: tantos efeitos benéficos do metiltionínio precisam ser muito bem esclarecidos, já que mais pesquisas - que mostraremos ainda neste artigo - apontam os benefícios do MB nas neurodegenerações e também nas doenças inflamatórias, incluindo osteoartrite. O que podemos afirmar, no momento, é que a molécula de MB apresenta características muito interessantes, especialmente o seu potencial como agente ANTI-GLICANTE das proteínas, um fenômeno claramente envolvido com inflamação e envelhecimento. Aliás, como já preconizava o grande professor Helion Póvoa Filho, no início da década de 1990, a glicação precisava ser melhor estudada pois demonstrava uma interligação muito forte com o processo de envelhecimento nos animais testados em laboratória. Após a descoberta dos agentes glicantes denominados AGEs (advanced glycated end products), provenientes de resíduos do açúcar (cetonas e aldeídos) tudo mudou nessa pesquisa. Logo se descobriu como o corpo reagia às proteínas destruídas pela glicação, com uma forte reação inflamatória comandada nos receptores RAGEs, que respondia com a imediata ativação do fator inflamatório mais importante no organismo: o NFkB.

Assim, podemo dizer que, em última análise, a glicação das proteínas está intimamente ligada à INFLAMAÇÃO em ampla escala, no organismo, atingindo tecido nervoso, cérebro, tecido cartilaginoso, sistema imune, rins e aparelho respiratória. É fácil compreender porque os AGEs têm tanto poder de gerar inflamação disseminada no corpo todo: sendo as proteínas as moléculas mais distribuídas em todo o corpo, seja como enzimas, hormônios e peptídeos hormonais, na membrana celular, nos axônios e dendritos, na micróglia e nos tecidos de forma geral, a deturpação ou degeneração dessas moléculas causam grande efeito nocivo ao metabolismo.


ESTRUTURA SULFO-NITROGENADA DE MB PODE EXPLICAR AÇÃO
ANTI-GLICANTE E ANTIOXIDANTE:



Talvez se confirme em breve tempo que o grande mérito do CLORETO DE METILTIONÍNIO (MB) seja, de fato, um potente efeito ANTI-GLICANTE. Daí atuar na melhoria de doenças neurológicas, renais, inflamatórias e na depressão, já que o viés inflamatório nessa doença está cada vez mais confirmado.

Veja esse artigo que mostra o potencial de MB como antiflamatório, mesmo após indução de inflamação cerebral com LPS (lipopolissacarídeos residuais de bactérias) em animais. Link:

Além dos efeitos positivos sobre a memória e de proteção ao tecido cerebral e nervoso, o MB está se destacando por uma ação antidepressiva cujos mecanismos parecem estar ligados ao aumento de dopamina e nor-adrenalina, além de modulação nos neurotransmissores GABA e serotonina.
Vejam que interessantes estes artigos (basta clicar no link para acessar o artigo):

Há estudo mostrando a aplicação do MB em transtorno bipolar, testado em 37 pacientes originários de tratamento parcialmente eficaz com lamotrigina. O resultado transcrito do artigo publicado:
"Methylene blue use as an adjunctive medication improved residual symptoms of depression and anxiety in patients with bipolar disorder".
Trad: "Azul de metileno usado como medicação adjunta melhorou os sintomas residuais de depressão e ansiedade em pacientes com distúrbio bipolar".





Mais um campo de uso para o MB: doenças inflamatórias (como osteoartrite). Veja no link abaixo:

Agora, como dizem os ingleses, "at last, but not at least", um ESTUDO BRASILEIRO, num caso de uma criança politraumatizada (atropelamento). A equipe do hospital da Escola de Medicina de Ribeirão Preto (USP) publicou o resultado de tratamento em UTI com AZUL DE METILENO, revertendo a instabilidade da PA, após grande cirurgia. Após tentativas infrutíferas de restabelecer o estado de choque e PA diminuída, os médicos decidiram usar MB por infusão endovenosa, revertendo o quadro em apenas 2 horas. Uma frase chama atenção no artigo publicado:
"WHY SHOULD AN EMERGENCY PHYSICIAN BE AWARE OF THIS?"

Vejam o abstract:



Os dados consistentes sobre os inúmeros benefícios do CLORETO DE METILTIONÍNIO à saúde precisam ser compartilhados com médicos e profissionais de saúde, para que possam ajudar os doentes e os que ainda não estão doentes, visto que o caráter preventivo do MB em doenças neurodegenerativas e inflamatórias é muito significante. Aqueles que quiserem mais informações sobre doses e posologias podem me contatar pelo ZAP: (21) 99616-6806.

Saudações a todos!

Celio Mendes.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A ARTE DA FORÇA

O sucesso no esporte, em todas as suas modalidades, depende da força muscular e da resistência. Até algumas décadas atrás a chave para o sucesso residia somente no treinamento. A partir da década de 1980 a incorporação de novos conhecimentos na área nutricional e o aprofundamento na bioenergética, permitiram uma significante melhora na performance através da chamada "suplementação nutricional avançada".
Podemos dizer que, hoje, todos os atletas de ponta estão sob protocolo contínuo de suplementação avançada e o ganho nos resultados é indiscutível.
Quando se fala em FORÇA, pensamos diretamente na envergadura da massa muscular. Entretanto, o "feed" desse músculo, a disponibilidade de mioglobina, oxigênio e fontes bioenergéticas (do glicogênio aos nitrocompostos) são fatores determinantes na eficiência da força muscular.

MIOGLOBINA: sendo uma forma especial de hemoglobina, exclusiva do músculo, essa proteína distribuidora de oxigênio é muito importante. A demanda de energia no esforço é muito rápida e acelera, naturalmente, a queima de glicogênio e açúcar, levando a um aumento instantâneo de PIRUVATO, que ao ser transformado em ACETIL CoA, pode acessar ao ciclo de Krebs e à Cadeia Respiratória Mitocondrial. Nesse processo o corpo produz de 34 a 38 moléculas de ATP, o combustível número 1 para o músculo. Acontece que, o aumento muito rápido na oferta de PIRUVATO no músculo pode levar ao seu acúmulo e, como consequência, na insuficiência de oxigenação, teremos a acidose láctica. Esse ÁCIDO LÁCTICO que por vezes se acumula, especialmente no esforço intenso, é um problema: a acidose pode lesionar as fibras musculares, causar inflamação e dor intensa. A história de "NO PAIN, NO GAIN" é relativa: dor que se mantém após 24 horas do treinamento é consequência de lesão muscular importante. É fato que a cicatrização dessas lesões "aumenta" o músculo, mas convém lembra que se isso acontece com muita intensidade podemos ter problemas futuros para o atleta, como fibrose muscular. Assim, evitar a acidose e lesões é um padrão para manter a saúde do atleta, especialmente após o término da carreira competitiva. Um suplemento que auxilia a evitar o acúmulo de ácido láctico é a associação de BISSULFETO DE TIAMINA + ÁCIDO R-ALFA LIPÓICO.

O DIFERENCIAL DA MIOGLOBINA: como a mioglobina capta o oxigênio liberado pela hemoglobina, sua afinidade pelo O2 tem que ser maior. Neste aspecto, um diferencial marcante entre ambas, MIOGLOBINA e HEMOGLOBINA, é a proximidade do aminoácido L-HISTIDINA, que faz com que o o oxigênio forme uma ligação muito mais estável com a mioglobina. Veja na figura:


Repare na proximidade da L-Histidine da molécula de O2 na mioglobina, gerando maior afinidade na ligação do oxigênio. Um dos fatores genéticos pré-determinantes de elevada qualificação atlética é o nível de mioglobina basal do indivíduo - quanto maior mais capacitado  será para o esforço.
A suplementação com o aminoácido L-Histidine não tem sido muito cogitada no atletismo, mas pode ser um fator auxiliar na manutenção de níveis adequados de mioglobina - deve ser acompanhada por profissional de saúde qualificado, porque as dosagens são importantes (excesso de L-Histidine pode aumentar os níveis de histamina no sangue). Importante: sempre que suplementar com L-Histidine associar com beta-Alanina, pois propicia a formação de L-Carnosina e evita o acúmulo de L-Histidine livre.

MIOSTATINA: esse hormônio tem por finalidade controlar a expansão do músculo, regulando o crescimento da massa muscular. Por isso, a busca por inibidores da miostatina tem sido um objetivo da pesquisa sobre os suplementos avançados para os atletas. Entre os poucos disponíveis, podemos citar o peptídeo conhecido como FOLLIDRONE. Através dessa composição de fitoantioxidantes, é relatado o estímulo ao peptídeo FOLLISTATIN - um antagonista natural da miostatina. Os principais componentes do FOLLIDRONE são a epigalocatequina e floroglucinol (H. lupulus).

O COMBUSTÍVEL (ATP): muito relevante na eficiência do esforço é a disponibilidade de ATP no músculo. Conforme os estudos pioneiros do grande cientista brasileiro Prof. Paulo Lacaz, o organismo recicla cerca de 85% do ATP no gasto basal. Isso mostra que nosso corpo é uma eficiente máquina de ENERGIA LIMPA. Apenas 15% do ATP usado durante um dia de vida é proveniente de uma nova síntese, ou, como ficou convencionado nas apresentações de Prof. Lacaz aos cientistas americanos, a síntese "de novo" (único verbete em português na linguagem técnica internacional).
Pois bem, no esforço essas proporções mudam um pouco. Mas, diante desta grandeza da reciclagem do ATP no corpo, é preciso que estudemos a fundo todos os mecanismos dessa reciclagem, para, assim, auxiliarmos o organismo a enfrentar o esforço. Há dois sistemas simultâneos de recuperação do ATP: um dependente de oxigênio e outro não.

RECUPERAÇÃO do ATP (via anaeróbia): quantitativamente é o mais significativo, utilizando doadores de fosfato (Pi) para repor nos produtos degradados do ATP (ADP e AMP). Dos doadores de Pi, a CREATINA é o mais eficiente e estudado até hoje. Há inúmeras pesquisas comprovando a segurança e eficiência da suplementação com creatina nos atletas de todas as modalidades, especialmente modalidades de "endurance" - incluindo UFC.


RECUPERAÇÃO do ATP (via aeróbica): este sistema funciona dentro das mitocôndrias, sendo dependente do sistema NADH / NAD+ (vitamina B3), porém tem a limitação do oxigênio, cujo consumo aumenta muito no esforço e pode prejudicar sua eficiência.
A modulação desses metabólitos e sua suplementação podem aumentar sobremaneira a capacidade de resistência ao esforço, sendo muito adequado às modalidades de resistência, triatlon, fundistas, nadadores, futebol, UFC.


A SÍNTESE "DE NOVO" do ATP: no caso do esforço, as necessidades de novas moléculas do ATP são imprescindíveis. Os principais formadores de ATP são D-RIBOSE, ADENINA (glicina + aspartato + THF). Muitos estudos provam como a suplementação com D-RIBOSE aumenta os níveis de ATP, diminuindo os indicadores de destruição do ATP (xantina, hipoxantina, ácido úrico).

PRÓXIMO ARTIGO: preservação do músculo, anticatabólitos e inibidores da proteólise muscular.