Quando a gente pensa que todos os hormônios do corpo são conhecidos surge uma nova descoberta, um hormônio produzido no músculo esquelético, a IRISINA (IRISIN).
Sua descoberta em 2012 (Bruce Spiegelman, biólogo) trouxe imensa curiosidade, porque logo de início este hormônio foi vinculado à transformação de gordura branca (WAT) em gordura marrom (BAT). Como sabemos, a gordura branca - menos vascularizada - é um grande obstáculo à perda de peso e está associada à sobre peso e obesidade mórbida.
Porém, surpreendentemente, a IRISINA acaba de ser relacionada à preservação da memória e já está sendo associada ao mal de ALZHEIMER.
Pesquisa recém publicada, com participação de cientistas brasileiros liderados pela neurocientista FERNANDA DE FELICE (em colaboração com FERNANDA TOVAR-MOLL) e do bioquímico SERGIO FERREIRA, ambos professores da UFRJ, evidencia que a IRISINA tem um papel neuroregenerador e de proteção contra os distúrbios neurotóxicos encontrados nos pacientes com mal de Alzheimer (fibrilação Tau e beta-amilóide). Não deixa de ser uma descoberta surpreendente, já que o hormônio vinha sendo pesquisado em outras linhas, especialmente no metabolismo bioenergético. Em suas pesquisas, os cientistas verificaram que a IRISINA pode regenerar tecido nervoso de conexão (sinapses) após destruição pelos fenômenos encontrados no mal de Alzheimer (comprovado em modelos animais):
De Felice, Tovar-Moll e Ferreira provaram em paciente com Alzheimer que os níveis de IRISINA são a metade quando comparados a indivíduos saudáveis, medido no LCR. A seguir, Mychael Lourenço (UFRJ) e Rudimar Frozza (FIOCRUZ) mostraram que animais (ratos e camundongos) que a IRISINA aumenta a capacidade cognitiva. Os pesquisadores relatam que entre os mecanismos de ação do hormônio contra a doenças de Alzheimer está sua capacidade em inibir a aglomeração (fibrilação) do peptídeo beta-amilóide.
A pesquisa é tão recente que ainda houve tempo de publicar em texto, apenas on line. Veja o link:
https://www.nature.com/articles/s41591-018-0275-4
Realmente impressionante esse descoberta, e pensar que há apenas 7 anos atrás sequer conhecíamos essa molécula! Como o interesse nesse hormônio está muito intenso, é natural que outras descobertas estejam sendo realizadas.
E o melhor: medicamentos que em uso na clínica cardiológica podem favorecer a expressão deste hormônio, como veremos mais abaixo no texto.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA IRISINA DESCOBERTOS ATÉ O MOMENTO:
Porém, surpreendentemente, a IRISINA acaba de ser relacionada à preservação da memória e já está sendo associada ao mal de ALZHEIMER.
Pesquisa recém publicada, com participação de cientistas brasileiros liderados pela neurocientista FERNANDA DE FELICE (em colaboração com FERNANDA TOVAR-MOLL) e do bioquímico SERGIO FERREIRA, ambos professores da UFRJ, evidencia que a IRISINA tem um papel neuroregenerador e de proteção contra os distúrbios neurotóxicos encontrados nos pacientes com mal de Alzheimer (fibrilação Tau e beta-amilóide). Não deixa de ser uma descoberta surpreendente, já que o hormônio vinha sendo pesquisado em outras linhas, especialmente no metabolismo bioenergético. Em suas pesquisas, os cientistas verificaram que a IRISINA pode regenerar tecido nervoso de conexão (sinapses) após destruição pelos fenômenos encontrados no mal de Alzheimer (comprovado em modelos animais):
De Felice, Tovar-Moll e Ferreira provaram em paciente com Alzheimer que os níveis de IRISINA são a metade quando comparados a indivíduos saudáveis, medido no LCR. A seguir, Mychael Lourenço (UFRJ) e Rudimar Frozza (FIOCRUZ) mostraram que animais (ratos e camundongos) que a IRISINA aumenta a capacidade cognitiva. Os pesquisadores relatam que entre os mecanismos de ação do hormônio contra a doenças de Alzheimer está sua capacidade em inibir a aglomeração (fibrilação) do peptídeo beta-amilóide.
A pesquisa é tão recente que ainda houve tempo de publicar em texto, apenas on line. Veja o link:
https://www.nature.com/articles/s41591-018-0275-4
Realmente impressionante esse descoberta, e pensar que há apenas 7 anos atrás sequer conhecíamos essa molécula! Como o interesse nesse hormônio está muito intenso, é natural que outras descobertas estejam sendo realizadas.
E o melhor: medicamentos que em uso na clínica cardiológica podem favorecer a expressão deste hormônio, como veremos mais abaixo no texto.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA IRISINA DESCOBERTOS ATÉ O MOMENTO:
- Reduz a RESISTÊNCIA À INSULINA e diminui hemoblobina glicada.
- Contribui para PERDA DE PESO, ao favorecer a conversão de gordura branca em gordura marrom e por estimular a liberação da proteína desacopladora UCP-1. Como sabemos, este é o principal mecanismo termogênico, sequestrando elétrons da CRM e forçando ao gasto bioenergético.
- IRISINA (ao ser estimulada pelo exercício) libera o fator PGC1a, controlador dos receptores ativados dos peroxissomas (PPAR-a e PPAR-g), melhorando o metabolismo lipídico e diminuindo o acúmulo de gordura no tecido adiposo.
- Recentemente IRISINA foi relacionada com diminuição de perda óssea, através do mecanismo RANK-L (inflamatório no osso).
- ANTI-ENVELHECIMENTO: pesquisas estão mostrando que IRISINA contribui para manutenção dos TELÔMEROS - como sabemos, a redução dos telômeros é um dos aspectos inerentes ao envelhecimento. Ao proteger os telômeros, irisina tem ação anticancerígena.
- Protege o sistema vascular, incluindo coração e cérebro através do aumento de óxido nítrico (NO), diminuição da resistência periférica e da PA.
- ANTINFLAMATÓRIO e ANTIOXIDANTE: efeitos verificados nas pesquisas com modelos animais onde a IRISINA mostrou reduzir interleucinas inflamatórias (IL-6) e citoquinas (TNF-alfa), além de MIP 1-alfa e 1-beta (proteínas inflamatórias liberadas pelos macrófagos).
- AUMENTA O BDNF: assim estimula a plasticidade neuronal e o aprendizado, o que levou aos estudos e descobertas recentes sobre a aplicação de IRISINA no mal de ALZHEIMER.
O mecanismo pelo qual IRISINA aumenta a GORDURA MARROM:
Aumentando a liberação de UCP-1 (proteína desacopladora 1) na mitocôndria, IRISINA ajuda a retirar elétrons ao final da respiração mitocondrial, forçando, assim, o gasto de energia basal (captada do tecido adiposo de reserva) e liberando calor (termogênese).
COMO AUMENTAR OS NÍVEIS DE IRISINA:
COMO AUMENTAR OS NÍVEIS DE IRISINA:
- EXERCÍCIO: sem dúvida a maneira mais eficiente de aumentar os níveis de IRISINA, entretanto precisa ser exercício aeróbico de intensidade média a alta. O HIIT (high intensity interval training) é plenamente recomendado.
- MULHERES: a diminuição dos ESTRÓGENOS contribui para a redução de IRISINA no organismo, portanto a TRH nas mulheres na menopausa ou peri-menopausa é encorajada.
- TEMPERATURA: os extremos estimulam a IRISINA, sauna ou banho em água fria (< 18ºC), porém cuidado com hipotermia.
- GH: evidenciou aumentar os níveis de IRISINA. Não deve ser usado sem rígido acompanhamento médico, pois é um hormônio proliferativo.
- VIBRADORES: dispositivos que induzem vibração no corpo também podem aumentar a IRISINA.
- MEDICAMENTOS e SUPLEMENTOS que AUMENTAM a IRISINA: vejam a seguir.
METFORMIN: conforme estudos publicados, este medicamento aumenta os níveis de IRISINA. Metformin é medicação indicada no diabetes II e tem sido empregada com frequência. Sua ação sobre a UCP-1 é conhecida, aumentando sua oferta na mitocôndria. Veja no link:
COMPLEXO "Q": reunindo a coenzima Q10, ubiquinol e pirroloquinolina quinona (PQQ), este complexo é de suma importância na performance mitocondrial. Além de ser um grande auxílio nas doenças hoje designadas por "DISFUNÇÕES MITOCONDRIAIS", de caráter neurológico (Parkinson, ELA, EM), o complexo "Q" é o conjunto de antioxidantes mais importante ao funcionamento da mitocôndria. A PQQ atua em nível do genoma, estimulando a mitocondriogênese. O papel do UBIQUINOL é fundamental, posto que aumenta a disponibilidade de CoQ10 na mitocôndria. Vejam no link:
Fórmula sugerida de COMPLEXO "Q":
Coenzima Q10 ............... 100mg
Ubiquinol ......................... 25mg
PQQ ................................. 10mg
Tomar uma cápsula pela manhã e outra à tarde.
ESTATINAS: estudos realizados com SINVASTATINA mostraram que esses medicamentos, muito usados para redução de colesterol, podem aumentar os níveis de IRISINA. Vejam os links:
Havendo novas atualizações estaremos publicando aqui. E congratulações aos pesquisadores brasileiros por seu maravilhoso trabalho! É com orgulho que vejo a minha querida UFRJ, onde me formei, produzindo pesquisa de tal nível com seus professores e a colaboração da nossa lendária FIOCRUZ! Parabéns a todos.
Celio Mendes
Celio Mendes