Pois é. Ainda ontem estávamos falando sobre essa questão da biossíntese cerebral dos Ômega-3, da sua importância para a homeostase mental e prevenção de quadros como depressão (psicoses também).
Estava estudando mais sobre isto, pois estou convicto de que muito pouco foi falado até agora sobre a síntese desses ácidos graxos no cérebro. Tantos estudos já foram publicados sobre a importância dos Ômega-3 no cérebro, mas a grande maioria (ou quase totalidade?!) abordou somente a questão da dieta e da suplementação.
O fato de agora estar sendo estudada a magnitude da biossíntese cerebral desses lipídios vai enriquecer muito a discussão, mormente diante da constatação de que mutações genéticas que alteram enzimas da biossíntese dos Ômega-3 ocorrem em humanos. Dessas mutações verifica-se diminuição dos níveis dos ácidos graxos no cérebro - especialmente docosahexanóico (vide links 2 e 3 da postagem anterior).
O ácido docosahexanóico tem sido apontado em pesquisas como o grande diferencial no cérebro do Homo sapiens, em relação aos demais primatas. Os níveis cerebrais em nossa espécie são infinitamente mais elevados e são coerentes com o sofisticado sistema de reparação nervosa do qual somos dotados, muitíssimo superior aos mais próximos da cadeia biológica, por exemplo, chimpanzés.
Para minha surpresa, enquanto estudava o assunto, recebo um E-mail do editor (Elsevier Inc) sobre estudo publicado agora mesmo em outubro postulando que ANTIDEPRESSIVOS como FLUOXETINA podem ter influência na biossíntese dos ÔMEGA-3!!!
Vai o acesso ao artigo (link 1), que acho vir completar as conclusões sobre o papel desses ácidos graxos na homeostase cerebral e como o organismo responde a estímulos, inclusive de medicamentos, para regular aos níveis em nosso cérebro.
Na conclusão IMPRESSIONANTE: tratamento crônico com FLUOXETINA aumentou o teor de DOCOSAHEXANÓICO (dos mais importantes para o cérebro) no córtex pré-frontal. Então não age somente sobre a recaptação da serotonina?!
Outro artigo muito recente (link 2) confirma déficit cerebral de docosahexanóico em humanos autopsiados portadores de depressão, na região conhecida como córtex cingulado. Essa deficiência aumenta com a idade. Os autores dessa pesquisa sugerem que um novo marcador biológico para a depressão - os níveis de Ômega 3 - poderiam ser adotados. A deficiência, novamente, é atribuída a falhas enzimáticas nas dessaturases e elongases envolvidas na biossíntese desses lipídios no cérebro.
Em breve estaremos vendo a discussão:
Isto ainda vai dar muito o que pesquisar...
Em breve estaremos vendo a discussão:
"MANTENDO A HOMEOSTASE DOS ÔMEGA-3 NO CÉREBRO HUMANO"
Isto ainda vai dar muito o que pesquisar...
Abçs aos amigos e ex-alunos.
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