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quinta-feira, 13 de março de 2014

FISETINA e a FAMÍLIA FLAVONÓIDE

Por quanto tempo temos comido bioflavonóides? Impossível responder com precisão. Recentemente, entretanto, cientistas demonstraram que essas biomoléculas participam da vida no planeta há, pelo menos, milhões de anos, quando descobriram que certos organismos aquáticos (ouriços do mar) só conseguem fazer a fusão dos gametas mediante a presença de QUERCETINA. Ou seja, sem quercetina essas formas de vida não se reproduziriam.


Ouriço do Mar

Este flavonóide - a quercetina - já é um ilustre conhecido nosso, desde que pesquisas médicas (e são milhares!) vem mostrando nas últimas décadas a sua importância como estabilizador de sistemas celulares como os mastócitos em mamíferos. Quercetina já demonstrou, também, que pode diminuir a eficiência da proliferação cancerígena tanto in vitro como in vivoA quercetina é ricamente encontrada na cebola, entre outros.

O reino vegetal é pródigo na quantidade e diversidade dos flavonóides, chamados assim por possuírem o núcleo do composto FLAVONA. São tantos que ficaria cansativo listar todos os conhecidos, mas podemos ressaltar KAEMPFEROL, RUTINA, HESPERIDINA, FISETINA, MYRICETINA, todos de grande importância para a saúde.

Gostaria hoje de focar os estudos com a FISETINA, pois são mesmo surpreendentes. Este flavonóide cuja presença nos alimentos parece ser menos marcante do que seus parentes, demonstra um forte potencial anticancerígeno. Pesquisas mostraram que fisetina pode bloquear proliferação cancerígena de vários modos. Um dos mais discutidos e relevantes é a metástase, simplesmente uma tragédia na luta contra o câncer. Através das metástases as células cancerígenas migram de um órgão para outro, inviabilizando ou dificultando sobremaneira o tratamento.
Um dos mecanismos já identificados ligados a essa capacidade da fisetina é a inibição de um grupo de enzimas - as metaloproteinases - responsáveis pela "abertura de caminho" para a invasão cancerígena em órgãos vizinhos. Um outro grupo de enzimas denominado de UROKINASES também é sensível à ação biológica da FISETINA, diminuindo igualmente o potencial das células cancerígenas de invadir os tecidos e órgãos. Já são várias pesquisas publicadas neste sentido e vamos listar abaixo os LINKs para os interessados em obter mais informações. 



Mas não é só esse o mecanismo anticancerígeno da FISETINA: ela aprisiona possíveis células cancerígenas no estágio pré-mitótico, impedindo a proliferação do câncer e ainda coordena a ação de enzimas encarregadas de promover a autodestruição das células quando sofrem alterações de DNA que podem levar ao câncer.


Além da ação anticancerígena, cujos mecanismos estão resumidos acima, a FISETINA apresenta interessantes atividades de neuroregeneração, inclusive com relação ao tecido amilóide presente no cérebro portador do mal de Alzheimer.

 Realmente são surpreendentes as propriedades médicas deste flavonóide catalogadas em mais de 400 publicações na PubMed.

Agora, as pesquisas que demonstram uma impressionante ação da FISETINA na proteção do tecido ósseo é que está despertando tanto interesse. Ela mostrou ser capaz de conter a tão famigerada proliferação dos osteoclastos, células digestoras do osso, causando a osteoporose. Além disso, simultaneamente, FISETINA estimula o crescimento e colonização dos osteoblastos, as células que conjugam cálcio e proteínas trabeculares, formando o osso. Realmente sensacional esta pesquisa.


A Fisetina, entre os flavonóides já estudados, é a que apresenta menor teor nos alimentos, e também menor diversidade nos vegetais. Mas isso pode mudar: neste ponto as pesquisas estão apenas no começo. Até agora as fontes mais significativas são:



A família dos flavonóides, bem assim a dos carotenóides, ambas demonstraram indubitavelmente serem importantes para a preservação da vida e saúde celulares, portanto dos organismos vivos. Não são considerados ainda elementos nutricionais essenciais, como as vitaminas, minerais e aminoácidos. Mas como viver bem sem ambos, flavonóides e carotenóides. É preciso refletir sobre isso, pois esses produtos estão incorporados em nossa dieta saudável. Ou seja, a dieta que as vovós sempre recomendaram: muitas frutas, legumes e hortaliças. Nada mudou neste sentido, elas continuam certas, ainda que não soubessem o porque. Vai explicar... Há muito mais entre o Céu e a Terra que a nossa vã filosofia, bom vocês sabem o resto do pensamento.

A propósito, a tão famosa dieta do mediterrâneo é riquíssima nestes componentes.

Fisetina já está disponível no Brasil para suplementação nutricional. O primeiro laboratório de manipulação a disponibilizar foi Avena farmacêutica.

Alguns links para vocês se divertirem!











Bom, divirtam-se e se precisarem mais dados peçam pelo e-mail.

Saudações aos colegas, alunos e ex-alunos!

Celio Mendes de Almeida.













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